Retirado de: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/09/cientistas-brasileiros-lancam-primeiro-foguete-nacional-movido-etanol.html
O foguete lançado da Base de Alcântara, no Maranhão, foi o primeiro a substituir o combustível sólido pelo líquido.
O equipamento foi desenvolvido no Instituto de Aeronáutica e Espaço, em São José dos Campos, no interior de São Paulo. O mesmo lugar onde na década de 70 foi criado o motor a álcool para carros. O projeto foi desenvolvido nos últimos 11 anos e teve um investimento de R$ 3 milhões, entre recursos da Agência Espacial Brasileira e de uma empresa.
O motor movido a etanol pode no futuro ser usado no VLS, o veículo lançador de satélites brasileiro. A mudança no tipo de combustível pode tornar o foguete mais eficiente e a operação mais segura e limpa.
“O etanol oferece vantagens sobre o querosene, nesse caso, de segurança, disponibilidade no país e também o custo.”, explica o Coronel Aviador Avandelino Santana Júnior, Vice-Diretor do Instituto de Aeronáutica e Espaço.
Essa é mais uma tentativa de desenvolver um foguete para lançamento de satélites. Há 11 anos, uma explosão na base de Alcântara matou 21 profissionais que preparavam o lançamento do VLS. Atualmente, para colocar satélites em órbita, o Brasil precisa recorrer à tecnologia estrangeira.
Em dezembro do ano passado, o Cbers 3, satélite de monitoramento da Terra desenvolvido pelo Inpe, foi lançado em uma base chinesa. A operação fracassou e o equipamento, que custou R$ 160 milhões de reais, caiu.
“São satélites que possuem apelo, exploração comercial, interesse comercial de outros países. E também do ponto de vista estratégico do país, de poder ter a capacidade de lançar independentemente um satélite em órbita”, diz o Coronel Aviador.